A Arte da Generosidade na Arquitetura Corporativa
Por Edo Rocha
Pode parecer inusitado, mas ao discutir minha abordagem à arquitetura corporativa, a primeira qualidade que quero destacar é a generosidade dos espaços que crio. Em um campo frequentemente associado a construções sisudas e imponentes, procuro unir grandeza a uma sensação acolhedora e de bem-estar.
Normalmente, ao adentrar prédios de escritórios, as pessoas são tomadas por sentimentos de respeito e temor diante dos vastos espaços e colunas majestosas. No entanto, nos meus projetos, almejo proporcionar um certo aconchego, algo que transcende a simples imponência. Meus ambientes nunca oprimem; ao contrário, fazem-nos sentir bem. Este sentimento acolhedor é evidente no uso de materiais como madeira, que imprime calor em contraste com o elegante aço. Além disso, as cores dos revestimentos são escolhidas com a sensibilidade de um artista plástico, combinadas de forma magistral. A interação da natureza com a obra também é um aspecto fundamental da minha arquitetura.
O respeito pelo meio ambiente, a economia de energia e o cuidado com o ser humano são preocupações centrais para mim. Esses valores são visíveis em cada detalhe de minhas construções.
A sede da Vivo, em São Paulo, exemplifica essa criatividade e racionalidade voltada para a escala humana. Estive no edifício durante sua construção e, desde então, admiro as soluções arquitetônicas que ali estão presentes. Este prédio é magnificamente bem-proporcionado e bem resolvido na distribuição entre as áreas nobres e os departamentos de convivência. Seus espaços harmoniosos atraem, não repelem. A interação equilibrada com o entorno destaca-se, e a imensa escultura no átrio principal é um espetáculo à parte.
Quando uma obra como essa, bela e funcional, sabe acolher-nos e encantar-nos, ela transcende a generosidade. Ela torna-se um evento feliz, um exemplo perfeito de como a arquitetura pode inspirar e conectar-se profundamente com aqueles que a vivenciam.