Edo Rocha: O Arquiteto de Muitas Artes
É difícil dizer qual talento de Edo Rocha fala mais alto: o arquiteto, o artista plástico, o poeta, ou o empresário. Cada uma dessas facetas traz consigo habilidades únicas e mostra a natureza versátil deste profissional. Conheça um pouco mais sobre a história e a obra de Edo Rocha, que desafia categorizações simples e combina arte e técnica com uma visão empreendedora.
A Jornada de Um Artista e Arquiteto
A trajetória de Edo Rocha não é linear. Desde jovem, ele parecia inclinado ao que é artístico e inovador. Em Salvador, Bahia, aos 13 anos, começou a estudar em uma escola alemã, onde, por sorte, teve a oportunidade de fazer cursos de pintura. Esse contato inicial com a arte logo o levou a participar de grandes eventos, como a 1ª Bienal de Artes Plásticas da Bahia e, três anos depois, a 9ª Bienal Internacional de São Paulo. Assim, Edo começou a conquistar seu espaço na arte brasileira e internacional.
Contudo, o ato de construir e criar algo físico também o fascinava. Desde criança, desmontava e remontava brinquedos e eletrodomésticos, o que talvez fosse um prenúncio de sua futura carreira como arquiteto. No entanto, ao escolher a universidade, a relação com a arquitetura foi complexa. “Achava que arquitetos eram chatos,” ele lembra, mencionando que até o estágio quase terminou em agressão física devido à perfeccionista cobrança de seu supervisor.
Apesar dos desafios iniciais, a arquitetura não foi deixada de lado, e o retorno a ela foi decisivo em sua carreira.
Um Retorno Imprevisível e Transformador
Depois de um período exclusivamente dedicado às artes plásticas, um conselho (ou quase uma ordem) do pai o levou a explorar novamente a arquitetura. Dessa decisão, surgiu um escritório que cresceu rapidamente. Desde então, Edo não parou mais, firmando-se como um nome importante na arquitetura brasileira e ampliando seu portfólio em projetos variados.
Nos anos 1970, movido pela curiosidade, ele também se aventurou no cinema. Ao lado do produtor italiano Carlo Ponti, Edo coproduziu o filme Killer Fish, que trouxe para as telas astros de Hollywood e uma experiência intensa e inusitada. Concluída essa jornada, ele voltou com ainda mais força para a arquitetura e as artes plásticas, criando obras com títulos poéticos, como Revendo Voando Vendo e 2 Blue 2 Be True, que revelam a sua alma de poeta.
De Edifícios Corporativos a Obras de Arte
Ao longo de décadas, Edo Rocha deixou sua marca em mais de dois milhões de metros quadrados de projetos, abrangendo edifícios corporativos, centros comerciais e complexos urbanos para grandes empresas como Vivo, Rede Globo e Serasa. Em muitos desses projetos, sua veia artística ganhou destaque. Um exemplo é o edifício da Vivo, em que ele usou a tela de aço Skill, transformando-a em um elemento artístico da construção. Inspirado pelo artista italiano Lucio Fontana, que cortava telas em nome da expressão artística, Edo nomeou essa intervenção de Still The Fontana Still.
Arquitetura Inteligente e Visão Empresarial
Além de sua contribuição como artista e arquiteto, Edo Rocha também atua como empresário. Ele desenvolveu um sistema completo para classificação de “edifícios inteligentes” e introduziu novas tecnologias que equilibram estética e praticidade. No caso da sede da Vivo, por exemplo, seu projeto envolveu um edifício baixo, construído de maneira modular, oferecendo uma solução rápida e sustentável.
Como ele próprio define, projetos corporativos precisam ser como banho num “chuveiro frio”: rápidos e eficientes. Essa é a essência de Edo Rocha – um arquiteto e artista que une arte, técnica e razão, buscando inovação em tudo o que faz.