A Experiência da Arte na Vida e na Arquitetura: Uma Reflexão Pessoal
Ao longo dos anos, tenho cultivado uma profunda relação com a arte, uma experiência que vai além da mera apreciação estética. Para mim, a vivência artística é um conjunto intrincado de Pensamento, Emoção e Sentimento, uma soma de todas as experiências de vida que moldam a percepção individual em relação à arte.
É crucial distinguir essa experiência da simples questão de gosto. “Eu gosto” ou “eu não gosto” são afirmações que, quando aplicadas à arte, carecem de significado substancial. Na matéria da arte, as obras são boas ou ruins, independentemente dos gostos individuais. O gosto, por sua vez, é multifacetado e não deve ser confundido com sentimentos ou a qualidade intrínseca de uma obra.
A complexidade do mau gosto é explorada através do conceito de kitsch, uma classificação para obras que abraçam estéticas duvidosas e confusas. Imagine um edifício extravagante, projetado para chamar a atenção, rotulado como kitsch. Essa classificação estende-se à arquitetura, como testemunhado em projetos que incorporam elementos visualmente questionáveis.
Minha abordagem à arte é influenciada por uma compreensão profunda de que o gosto pode ser traiçoeiro. A capacidade de discernir entre gostar e não gostar não equivale a um julgamento definitivo; é uma expressão de emoção, indicando que uma obra não evoca a resposta desejada, mesmo que seja reconhecida como boa pelo pensamento autônomo.
Ao abordar o tema do “mau gosto”, somos levados à necessidade de rotular certas obras como kitsch. Esta é uma resposta à estética confusa, uma tentativa de separar o que é considerado “de mau gosto”. Contudo, é vital reconhecer que as emoções, sentimentos e sensações refletem experiências passadas, não necessariamente vinculadas à arte, mas à vida em si.
O gosto, muitas vezes, serve como uma armadilha ou escudo para lidar com a falta de argumentos diante de uma obra. O dilema surge quando as pessoas recorrem às emoções como uma defesa contra a explicação substantiva. Contudo, análises culturais devem transcender especificidades culturais, buscando compreender a arte em sua globalidade histórica.
Diferenças culturais não devem obscurecer o processo de reconhecimento de talento. Apesar das barreiras culturais, podemos identificar e apreciar talentos em música, literatura ou artes visuais. Artistas de culturas diversas têm influenciado uns aos outros, transcendendo fronteiras geográficas e temporais.
Na arquitetura moderna, a influência transcultural é evidente. Mies van Der Rohe, por exemplo, encontrou inspiração na arquitetura japonesa, incorporando sua simplicidade em projetos renomados. Este fenômeno demonstra a capacidade da arte de atravessar fronteiras e períodos, contribuindo para a evolução do conhecimento humano.
Em resumo, minha jornada com a arte é uma exploração constante, guiada pelo pensamento crítico, pela experiência emocional e pela compreensão dos matizes entre gostos e julgamentos objetivos. A arte, em sua universalidade, continua a ser uma força transformadora que transcende fronteiras e enriquece a experiência humana.